Sem Lula e com Embaixadora brasileira, Maduro prevee toma posse sob forte esquema militar e fronteira fechada

 


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tem a previsão de assumir nesta sexta-feira (10) o terceiro mandato consecutivo em meio a um cenário de forte tensão política e medidas de segurança extremas. A cerimônia ocorre em Caracas sob protestos da oposição no dia 9 de janeiro e com um fechamento estratégico da fronteira com a Colômbia, acompanhado por acusações de uma suposta "conspiração internacional" contra o governo venezuelano.

Brasil e a ausência de Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por não comparecer à posse de Maduro, representando o Brasil na cerimônia apenas a embaixadora em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira. Segundo fontes, o convite oficial enviado pela Venezuela, recebido na última terça-feira (7), foi destinado ao corpo diplomático brasileiro e não diretamente a Lula.

A ausência do líder brasileiro reflete o esfriamento nas relações entre os dois países. Apesar da retomada do diálogo diplomático no início do atual governo Lula, tensões sobre a gestão de Maduro e pressões políticas internas no Brasil mantêm a relação em um nível cauteloso.

Fechamento da fronteira e suspensão de voos

Em um movimento controverso, a Venezuela anunciou o fechamento de sua fronteira com a Colômbia antes da posse presidencial. Segundo Freddy Bernal, governador do estado de Táchira, a medida foi adotada para "perturbar a paz dos venezuelanos e, especialmente, nesta zona de fronteira", diante de supostas ameaças de conspiração contra o governo.

Além disso, a Colômbia confirmou o fechamento de seu espaço aéreo para voos provenientes da Venezuela, o que levou à suspensão de todas as conexões entre os dois países até a próxima segunda-feira (13). A medida é vista como um reflexo da deterioração das relações bilaterais e das preocupações com a segurança regional durante o evento.

Ambiente de tensão

A tensão com a possível chegada de Edmundo González à Venezuela nesta sexta-feira (10), para sua posse presidencial. Reconhecido como presidente legítimo por diversos países que não reconhecem a legitimidade do governo Maduro, González deve desembarcar acompanhado de vários ex-presidentes que apoiam sua posição. A previsão de sua chegada intensificou o clima de incerteza e atritos diplomáticos, além de provocar reações dentro e fora do país. As autoridades venezuelanas reforçaram a presença militar nas ruas de Caracas e em pontos estratégicos, especialmente nas áreas próximas à fronteira com a Colômbia.

O cenário interno de instabilidade e as crescentes tensões regionais colocam desafios não apenas para a Venezuela, mas também para seus vizinhos, como a Colômbia e o Brasil.

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