Por Libia López
O papilomavírus humano (HPV) é uma infecção viral amplamente disseminada e altamente contagiosa. Ele pode ser transmitido pelo contato direto com a pele ou por relações sexuais, sendo responsável por lesões benignas, como verrugas, e por lesões mais graves, que podem evoluir para cânceres, como o de colo de útero, orofaringe, ânus e pênis. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o HPV está associado a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero, uma das principais causas de morte por câncer em mulheres no Brasil.
A vacina contra o HPV é a principal ferramenta de prevenção contra o vírus e as doenças associadas. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), ela é recomendada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, em duas doses com intervalo de seis meses. No entanto, pessoas fora dessa faixa etária também podem ser vacinadas, principalmente até os 26 anos, mediante recomendação médica.
A importância para homens e a proteção ampliada
Embora frequentemente associada à saúde feminina, a vacina também é fundamental para os homens. “O HPV não escolhe gênero, e vacinar os meninos é essencial para prevenir cânceres como o de pênis e orofaringe, além de reduzir a circulação do vírus na população em geral”, explica o infectologista Dr. João Pereira. Ele reforça que a imunização masculina contribui para a proteção indireta de mulheres, além de evitar complicações sérias nos homens.
Desinformação entre os jovens
Apesar da eficácia comprovada, a conscientização ainda é um desafio. Uma pesquisa recente realizada pela Nexus-Pesquisa e Inteligência de Dados, encomendada pelo A.C.Camargo Cancer Center, revelou que 51% dos jovens de 16 a 24 anos não sabem que a vacina contra o HPV previne o câncer de colo de útero. O levantamento ouviu cerca de 2 mil pessoas em todo o Brasil e destacou a falta de informação nessa faixa etária, considerada crucial para alcançar altos índices de imunização.
Por outro lado, os dados mostram que a conscientização aumenta com a idade: 66% dos entrevistados com mais de 60 anos afirmaram ter conhecimento sobre a eficácia da vacina. “Isso reflete uma falha de comunicação com os jovens, que deveriam ser o foco principal das campanhas de vacinação”, aponta Dr. Pereira.
O que a vacina previne
A vacina quadrivalente, utilizada no Brasil, protege contra os tipos de HPV mais associados a cânceres e verrugas genitais. Além disso, ela é segura e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Dr. Pereira conclui que o investimento na imunização e na educação sobre o HPV deve ser uma prioridade: “Estamos lidando com um vírus que causa um impacto significativo na saúde pública. A vacina é uma solução eficaz, mas precisamos de campanhas que alcancem os jovens e desconstruam mitos sobre sua importância”.
Como se vacinar
A vacina contra o HPV está disponível gratuitamente no SUS para adolescentes e em clínicas particulares para outras idades. Procure um posto de saúde ou consulte seu médico para garantir sua proteção e contribuir para um futuro com menos casos de câncer associados ao HPV.
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