Tatiana Alves - repórter da Rádio Nacional
Todos os testes foram realizados na empresa PCS laboratórios, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A contratação foi feita pela Secretaria, em dezembro do ano passado, de forma emergencial, porque o Hemorio, Instituto Estadual de Hematologia, estava sobrecarregado.
A descoberta da contaminação ocorreu no mês passado, após um paciente transplantado apresentar sintomas neurológicos. Amostras dos órgãos doados pela mesma pessoa foram analisadas e outros casos de infecção acabaram sendo confirmados.
A Anvisa esteve no laboratório PCS e descobriu que a unidade não tinha kits para realização dos exames de sangue e também não apresentou notas fiscais da compra dos itens, o que levantou a suspeita de que os resultados tenham sido forjados.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde afirma considerar o caso inadmissível. E que, além de tomar medidas para garantir a segurança dos transplantados, criou uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados.
Já o laboratório privado teve o serviço suspenso e foi interditado cautelarmente.
A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro.
Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Não serão divulgados detalhes das circunstâncias nem a identidade dos doadores ou transplantados envolvidos.
A situação é inédita no Brasil, que realiza transplantes desde 1968. E neste ano ultrapassou a marca de 14 mil procedimentos pelo Sistema Único de Saúde só no primeiro semestre.
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