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Brasil no BRICS: Expansão do Bloco e a Relevância Geopolítica da Inclusão de Novos Membros


 A cúpula dos BRICS de 2024 marcou um ponto importante de transformação para a aliança entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, pois anunciou a inclusão de 13 novos países. Entre os novos membros estão Argélia, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã, evidenciando a expansão dos BRICS para reforçar o bloco como uma potência multilateral capaz de equilibrar a influência do G7 e dos Estados Unidos na ordem mundial.

Essa expansão, liderada pelos interesses dos BRICS em consolidar uma nova plataforma econômica e social, foi recebida com atenção por muitos países, especialmente pela América Latina, representada por Bolívia e Cuba. No entanto, uma decisão que gerou debates foi a exclusão de Venezuela, país que manifestou grande interesse em fazer parte do grupo. O Brasil desempenhou um papel central na rejeição à entrada venezuelana, o que enfatiza a postura diplomática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de manter uma aproximação cuidadosa com os Estados Unidos, ao mesmo tempo que apoia uma reforma do sistema financeiro internacional.

Expansão Estratégica e Objetivos dos BRICS

Com essa expansão, o BRICS visa fortalecer as economias emergentes e em desenvolvimento, atendendo a interesses comuns e promovendo uma política externa independente da hegemonia ocidental. A aliança destaca-se agora como um dos blocos de maior potencial global, principalmente no setor energético, onde se projeta que o BRICS representará 47,6% da produção mundial de petróleo a partir de 2024, superando o G7. Essa posição é crucial, pois o setor energético é um dos principais componentes para reduzir a dependência das nações ocidentais e fomentar a autossuficiência.

Posicionamento Brasileiro e Exclusão da Venezuela

A decisão de não incluir a Venezuela, mesmo após tentativas do presidente Nicolás Maduro de obter apoio para sua candidatura, revela o impacto da diplomacia brasileira na estrutura do BRICS. Segundo fontes diplomáticas, o Brasil justificou sua oposição por motivos de instabilidade política e econômica do país vizinho, além da pressão de manter um relacionamento estável com Washington. Em contrapartida, Lula apoiou a inclusão de Cuba e Bolívia, países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas mais estáveis.

Essa decisão evidencia a habilidade diplomática do governo brasileiro de navegar entre potências divergentes, buscando uma posição de liderança nos BRICS sem comprometer alianças globais que favorecem a economia brasileira. Em discursos recentes, Lula defendeu a criação de uma moeda comum entre os países do BRICS para facilitar o comércio e reduzir a dependência do dólar, fortalecendo a independência econômica dos membros do grupo.

Impacto Econômico da Expansão e Desafios para o Brasil

A integração dos novos países aos BRICS representa um mercado potencial para exportações e investimentos brasileiros, especialmente em setores como agronegócio, tecnologia e energia. O Brasil, ao apoiar a expansão do BRICS, visa também consolidar seu papel de liderança regional e global, posicionando-se como um defensor do multilateralismo. Entretanto, essa expansão traz desafios. A adaptação dos sistemas financeiros e comerciais dos novos membros exigirá uma coordenação eficaz entre as políticas econômicas, o que pode levar a um período de ajustes internos.


A ampliação do BRICS fortalece o Brasil como uma peça-chave na formação de uma nova arquitetura econômica global. A exclusão da Venezuela, embora polêmica, destaca a cautela da diplomacia brasileira. Nos próximos anos, o sucesso dessa expansão dependerá da capacidade dos BRICS de manter a coesão entre suas economias diversificadas, buscando formas de equilibrar poder e influências com outros blocos internacionais. Com a liderança brasileira, os BRICS têm o potencial de redefinir o equilíbrio de poder global, promovendo um sistema financeiro que atenda aos interesses dos mercados emergentes.

Sobre Libia López

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