Na Cúpula do Futuro da ONU, neste domingo, 22, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, o presidente Lula cobrou ambição e ousadia para transformar as relações multilaterais entre os países.
"A crise da governança global requer transformações estruturais. A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais. A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões. A Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado".
A Cúpula do Futuro é um evento das Nações Unidas que procura estabelecer um compromisso com o multilateralismo, ou seja, o trabalho conjunto entre os países, princípio que é a base da existência da ONU.
Para Lula, não é mais possível voltar atrás e retroceder nas agendas internacionais.
“Não podemos recuar na promoção da igualdade de gênero, nem na luta contra o racismo e todas as formas de discriminação. Tampouco podemos voltar a conviver com ameaças nucleares. É inaceitável regredir a um mundo dividido em fronteiras ideológicas ou zonas de influência. Naturalizar a fome de 733 milhões de pessoas seria vergonhoso".
O presidente do Brasil também comentou sobre a falta de recursos para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e garantir a segurança do planeta.
"Os níveis atuais de redução de emissões de gases de efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro. Em parceria com o secretário-geral da ONU, como preparação para a COP30, vamos trabalhar por um balanço ético global, reunido diversos setores da sociedade civil para pensar a ação climática sob o prisma de justiça da equidade e da solidariedade".
Lula ainda criticou o ritmo de implementação dos “Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável”, que são as metas globais sobre o tema previstas pela ONU até 2030.
"Os objetivos de desenvolvimento sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornarem o nosso maior fracasso coletivo. No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo. Na presidência do G20, o Brasil lançará uma aliança global contra fome e a pobreza, para acelerar a superação desses flagelos”.
Nesta terça-feira, seguindo a tradição, o presidente Lula discursa na abertura da sessão número 79 da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
No mesmo dia, o presidente também participa do evento "Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, que busca o fortalecimento das instituições no combate à desigualdade, à desinformação e ao extremismo.
Já na quarta-feira, Lula discursa na abertura da segunda reunião de Chanceleres do G20, onde fará um apelo pela reforma da governança global e lançará uma aliança contra a fome e a pobreza em todo mundo.
Gésio Passos - repórter da Rádio Nacional
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