O principal objetivo é impedir que os recursos do benefício, destinados a apoiar famílias de baixa renda, sejam utilizados em jogos de azar. Para isso, a Rede Federal de Fiscalização do Programa Bolsa Família (PBF), criada em 2023, foi convocada para participar das discussões. O texto final deve ser entregue até a próxima quarta-feira (2/9), segundo fontes do governo. Além do Ministério do Desenvolvimento Social, outros órgãos como a Casa Civil, o Ministério da Fazenda e o Ministério da Saúde estão envolvidos nas conversas.
Dados do Banco Central revelam uma preocupação alarmante: em agosto, beneficiários do Bolsa Família gastaram aproximadamente R$ 3 bilhões em transferências pix para casas de apostas. Dos 20 milhões de beneficiários do programa, cerca de 5 milhões (25%) realizaram algum tipo de aposta. Esses números, que não incluem outros métodos de pagamento, levantam preocupações ainda maiores sobre o impacto econômico e social desse fenômeno.
Em contraste, o valor total pago pelo Bolsa Família no mesmo mês foi de R$ 14,2 bilhões, com um valor médio de R$ 681 por beneficiário. O governo teme que o vício em jogos esteja crescendo rapidamente entre os mais vulneráveis, podendo causar impactos negativos na saúde pública e aumentar o ciclo de pobreza dessas famílias.
O Palácio do Planalto, que já enfrenta uma batalha para regularizar as apostas esportivas no Brasil, considera a situação um desafio urgente. Além de proteger os recursos do Bolsa Família, o governo também está atento à necessidade de lidar com as consequências do vício em jogos, que pode afetar a saúde mental e financeira dos beneficiários.
A nova medida visa estabelecer mecanismos de controle mais rígidos, garantindo que os recursos sejam utilizados para o sustento familiar e evitando que sejam desviados para atividades de risco, como as apostas esportivas.
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