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Dia de Luta PcD: Ingressar no mercado de trabalho ainda é desafio




Quase 600 mil pessoas com deficiência e reabilitadas estão no mercado de trabalho no Brasil, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério da Economia.

Apesar disso, ingressar no ambiente de trabalho, especialmente no primeiro emprego, é um desafio para muitas delas, especialmente devido às barreiras de acessibilidade e ao preconceito.

Manter-se na vaga também é outra dificuldade, pois muitas vezes as empresas não fornecem as adaptações necessárias.

Em 21 de setembro, Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, o papel das leis no combate a esse cenário é lembrado. A Constituição Federal, a Lei Brasileira de Inclusão e a Lei de Cotas garantem a obrigatoriedade da contratação de pessoas com deficiência.

Para além do papel, as dificuldades para que isso aconteça ainda são muitas.

A professora Tatiane Estefanine, atualmente concursada, conseguiu a primeira oportunidade como gari, mas conta que a rotina no ambiente de trabalho não foi fácil.


“A minha maior dificuldade, além da falta de adaptação, a maior dificuldade foi a rejeição das pessoas, o olhar diferenciado pro PcD, isso fez toda a diferença”.

A vaga no serviço público como professora também veio com luta. E até hoje, enfrenta desafios.

“Eles não conseguem ter a visão de que nós somos um PcD. Eles não fazem questão de tornar o ambiente mais acessível a mim, com a não adaptação de materiais, não tem acessibilidade. Os alunos também observam que haveria essa necessidade de adequar o ambiente à minha realidade”.

Tatiana Takeda, advogada e professora de direitos da pessoa com deficiência, explica que essas dificuldades podem ser resumidas em um termo: barreiras atitudinais.


“As barreiras atitudinais talvez sejam as piores. Elas podem se caracterizar por atos, pensamentos discriminatórios, capacitismo, assédio moral, e tudo isso aí vem dificultar a vida da pessoa com deficiência dentro do ambiente de trabalho”.

Ela acrescenta que tentativas de burlar a lei tem sido uma prática recorrente em muitas organizações.

“Ocorre que hoje as empresas para cumprir a lei de cotas elas optam por escolher, entre aspas, aquelas pessoas com deficiência que possuem uma deficiência que não impacte naquele ambiente de trabalho no sentido de não ter que promover as adaptações razoáveis”.

Tatiane também ressalta que a inclusão escolar é fundamental para garantia de emprego, pois a falta de acesso ao ensino aumenta a dificuldade de inserção no mercado de trabalho.

Sobre Libia López

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