O quadro dos incêndios florestais na Amazônia se agrava. De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA/UFRJ), a área consumida pelo fogo desde o começo de agosto já supera 2,5 milhões de hectares, o que representa mais da metade dos 4,1 milhões de hectares atingidos por incêndios desde janeiro passado. A notícia é da Agência Brasil.
Segundo a MetSul, a última 2a feira (26/8) foi o pior dia de incêndios na Amazônia neste ano. Dados do INPE registraram 1.988 focos de calor. Desde o começo de agosto, foram 27.181 focos, número acima da média mensal de agosto (26.218). Todos os meses até agora em 2024 registraram focos acima das médias mensais no bioma.
A Folha relatou a avaliação de técnicos do governo federal sobre a situação dos incêndios na Amazônia. Para eles, a suspeita de que as queimadas seriam propositais e preparatórias para futuros desmatamentos é reforçada pelo fato de que pelo menos 30% dos focos estão ocorrendo em áreas de floresta. Agentes da Polícia Federal estão analisando as informações para identificar possíveis responsáveis.
Uma das áreas mais afetadas é a Ilha do Marajó, no Pará. Os focos de incêndio persistem há pelo menos três semanas e as chamas se aproximam perigosamente de comunidades ribeirinhas. O Ministério Público do Pará recebeu reclamação dos ribeirinhos por conta da inação do governo paraense e de outras autoridades, informa a Folha.
O estado do Amazonas concentra os maiores focos. Apuí e Lábrea lideram a lista dos 21 municípios que concentram 50% das queimadas na Amazônia Legal, destacou o BNC Amazonas. Na relação, estão ainda os municípios amazonenses de Canutama, Novo Aripuanã, Humaitá e Manicoré, esses três últimos localizados na BR-319, que liga Porto Velho a Manaus. Coincidência?
Toda essa fumaça voltou a cobrir o céu de Manaus nesta 3ª feira (27), de acordo com o g1. O Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental do estado informou que a qualidade do ar ficou “péssima” em alguns bairros, mas praticamente toda a cidade respirou ar considerado no mínimo “muito ruim”.
Os incêndios de agosto também bateram recorde no Acre. Até o último dia 26, o estado registrou 1.347 focos de fogo, o pior índice para o mês da série histórica. A maior parte dos focos foi observada no município de Feijó (336), seguido por Tarauacá (206) e Cruzeiro do Sul (173). Mas praticamente todos os municípios do estado sofrem com o fogo, detalha o g1.
O governo de Rondônia decretou emergência em decorrência dos incêndios florestais, informou o g1. De janeiro até o último dia 26, o estado sofreu com mais de 5,5 mil focos de incêndio, de acordo com o INPE. Esse é o segundo pior índice para o período da série histórica, atrás apenas de 2019, quando foram registrados mais de 6,4 mil focos.
Em tempo: O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima confirmou a morte do brigadista Uellinton Lopes dos Santos, de 39 anos, que combatia incêndios florestais na Terra Indígena Capoto/Jarina, em São José do Xingu (MT). Uellinton pertencia ao quadro de brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do IBAMA. O corpo foi localizado na manhã de 2ª feira (26), a cerca de 1 km de uma linha de defesa contra o fogo. g1, O Globo e Metrópoles, entre outros, deram mais informações.
ClimaInfo, 28 de agosto de 2024.
https://climainfo.org.br/2024/08/27/fogo-consumiu-25-milhoes-de-hectares-na-amazonia-em-menos-de-um-mes/
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